domingo, 7 de junho de 2015

CONHEÇA A HISTÓRIA DE VIDA DOS COMPOSITORES E CANTORES PARAIBANOS, ANTÔNIO BARROS E CECÉU


ANTONIO BARROS SILVA, nome artístico, "Antônio Barros”, que nasceu na cidade de Queimadas na Paraíba, no dia 11 de Março de 1930. Seus pais chamam-se, Severino Barros da Silva e Luíza Rodrigues da Silva. Estudou no Grupo Escolar José Tavares e a maior parte de sua infância foi vivenciada na zona rural. Quando sobrava tempo para brincar, costumava pegar uma lata vazia de 20 litros, colocava a cabeça dentro, batia do lado de fora com as duas mãos, fazendo ritmo, enquanto cantava para ouvir sua própria voz com efeito reverberado.

Aos dezenove anos de idade começou sua vida profissional tocando pandeiro na rádio Caturité em Campina Grande-PB. Aos vinte anos foi para Recife-PE e na rádio Tamandaré deu continuidade ao seu trabalho como músico pandeirista. Foi nessa mesma época que escreveu sua primeira composição e conheceu Jackson do Pandeiro, o qual se tornou um grande amigo do artista, apoiando-o na vida profissional.

A partir daí começou a gravar suas primeiras canções profissionalmente com Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda e Zito Borborema. Naquela época era um sonho de todo artista do Nordeste partir rumo ao Rio de Janeiro, foi o que fez, comprou uma passagem de navio e embarcou ruma a cidade maravilhosa. Lá procurou a rádio nacional que estava situada na Praça Mauá, e para sua surpresa quem estava se apresentando no auditório naquela ocasião era o músico paraibano, Jackson do Pandeiro que acolheu o conterrâneo e o levou para morar em seu apartamento. Naqueles dias reencontrou o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que logo lhe comprou uma de suas composições para gravar. Foi nessa época que começou a trabalhar com Luiz Gonzaga com quem gravou algumas de suas composições, tendo o compositor à oportunidade de desenvolveu ainda mais o seu repertório musical que passou serem gravadas por vários artistas que faziam sucessos no Nordeste, a exemplo, Trio Nordestino, Os três do Nordeste, Marinês, o próprio Luiz Gonzaga e tantos outros artistas.

ANTONIO BARROS CONHECE SUA PARCEIRA CECÉU


Foi em 1971 que, Antônio Barros conheceu uma morena, Mary Maciel Ribeiro, carinhosamente de nome artístico Cecéu, desde então formaram uma parceria no trabalho musical e no amor.

Mary Maciel Ribeiro, a Cecéu, nasceu em 02 de Abril de 1950 na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Filha de Severino Lourenço Ribeiro e Maria Maciel Ribeiro. Estudou no colégio São Vicente de Paulo, bem próximo de sua casa no bairro do Catolé. Costumava ir à escola cantarolando várias músicas que gostava de ouvir no rádio às tardes enquanto trabalhava na mercearia de secos e molhados de seu pai.

Uma das músicas que Cecéu gostava de cantar era: “Marieta tá, Marieta tá, Marieta tá, entalada com cajá...”, pois nem sabia que era uma composição de Antônio Barros que mais tarde viria a ser seu companheiro na vida e na profissão. Disse que nunca imaginou que um dia viria seguir a carreira musical.

Na sua infância e adolescência sempre apreciou a arte musical, acompanhava as notícias e as canções de seus artistas favoritos como, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Demônios da Garoa, entre outros. Assim, influenciada pelo romantismo dominante dessa época, até passou a escrever algumas músicas, e só mais tarde quando se tornou companheira de Antônio Barros, se tornou Cecéu, foi quando deu início a sua carreira profissional ao lado do companheiro e marido Antônio Barros.

Com a parceria formada, passaram a compor juntos e se tornaram um casal de sucesso. Levantando a bandeira de uma forte expressão artística no companheirismo do dia-a-dia, essa dupla se transformou num paradigma da cultura popular brasileira, pois nesse decorrer são mais de setecentas obras gravadas pela maioria dos intérpretes brasileiros, alcançando popularidade até no exterior onde também suas músicas foram gravadas na Itália, Espanha, Portugal e Israel.

A música, “Procurando Tu” foi o primeiro sucesso de Antônio Barros que aconteceu entre 1971 e 1972, gravada pelo Trio Nordestino. Ela percorreu inicialmente sua trajetória tocando nas discotecas de São Paulo, passou por uma roupagem Rock'n Roll através da interpretação de Ângelo Antônio, transformou-se sutil na interpretação da grave voz de Ivon Cury e ritmada e brincalhona nas vozes de Genival Lacerda e também na de Jackson do Pandeiro. A música, Procurando Tu, se manteve em primeiro lugar nas paradas de sucesso durante três meses em 1972, e de acordo com um levantamento feito pela ADDAF (Associação Defensora dos Direitos Autorais e Fonomecânicos), até 1995, a música já tinha mais de 130 regravações.

Em 1973, Antônio Barros continuou no cenário do sucesso e despontou dessa vez com “Vamos Lá Pra Ver; Todo mundo no casamento da Maria..."; marcando presença na Jovem Guarda através da dupla Tony e Frank. Ela foi se apresentar num programa da TV Globo do Rio de Janeiro chamado Aroldo de Andrade, mas foi interrompida pela Censura, era época do regime ditatorial e a censura estava proibindo muita coisa. A música causou polêmica e a censura pretendia tirar o programa do ar. Solicitaram que Antônio Barros levasse urgente a letra da sua composição a fim de provar que era "no" casamento e não "nú".

Ainda em 1973, fez sucesso com a música, “Já Faz Tempo Não Lhe Vejo”, "... estou feliz porque você está boa, você está boa, você está boa...", se consagrou nacionalmente. Enquanto isso, as festas juninas, Santo Antônio, São João, São Pedro e Festa de Santana espalhada por todo Nordeste brasileiro pegava fogo, contagiando o povo com grandes clássicos de sua autoria, a exemplo, “Brincadeira na Fogueia; Naquele São João; Forró Em São Miguel; É Proibido Cochilar; Forró Desarmado; Forró De Tamanco; O Neném; Menino de Colo”, entre centenas de outros sucessos gravados pelas maiores expressões da música regional e nacional.

Outro grande sucesso de Antônio Barros foi à música, “Sou o Estopim”, que também estourou nacionalmente, primeiro foi gravada pela inconfundível e linda voz de Marinês "Rainha do Xaxado", depois a música foi gravada pela a atriz Sônia Braga e se tornou trilha sonora da novela global Saramandaia em 1976.

Mas, foi em 1981 que Antônio Barros recebeu o Troféu Imprensa do SBT na categoria de melhor música do ano - Homem Com H - gravada por Ney Matogrosso. Foi impactante toda a linguagem corporal desse artista cantando "... eu sou homem com H e com H sou muito homem...". Isso tudo rendeu várias execuções apresentadas no programa Globo de Ouro da Rede Globo que era o termômetro dos sucessos nos anos 1980.



Em 1982, o cantor Ney Matogrosso gravou a música "Por Debaixo dos Panos" que se tornou um enorme sucesso. No mesmo ano a cantora Elba Ramalho gravou a música, “Bate Coração”, que obteve sucesso espetacular em todo país, destacando que este xote foi gravado primeiro ao vivo no Festival de Montreux na Suíça.



Em 1985, teve outra música de sua autoria gravada por Luiz Gonzaga, "Forró nº 1", que está no LP "Sanfoneiro Macho". No mesmo ano Jorge de Altinho gravou "Nem que Pare o Coração", que deu nome ao disco e "Beijo na boca".

Em 1986, a cantora Marinês, em seu LP "Tô Chegando", gravou a música "Vida Acomodada", enquanto que Jorge de Altinho gravava a música, "Na Cama, no Chão" e "Não lhe Solto Mais" e Dominguinhos, no LP "Gostoso Demais", gravou a música, "Chameguinho".

Ainda em 1986, outras de suas composições eram gravadas, a exemplo, "Engabelando", em parceria com Bella Maria foi gravada por Luiz Gonzaga, que em 1987, seria gravada por "Zé Budega" e em 1988, "Moela e Coração", de sua parceria com Zé Mocó e "Cajueiro velho".

Em 1987, a mesma Marinês gravou a música, "Forró Pé de Chinelo", "Chamego na Farinha" e "Balaio de Paixão", que deu nome ao disco e Jorge de Altinho gravou "Calor de Verão", que também deu nome ao seu disco daquele ano e "Xodó beleza".

Em 1989, em seu último disco, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião gravou de sua autoria, as composições "Coração Molim", "Na Lagoa do Amor" e "Baião Agrário", esta em parceria com Maranguape. O trio de forró, Os Três do Nordeste fez sucesso com suas composições "Pra Virar Lobisomem", "Por Debaixo dos Panos", "Da Boca Pra Fora", "Forró Casamenteiro" e "Amor Sobrando".

Em 1990, o sanfoneiro Sivuca gravou em seu LP "Um Pé no Asfalto, outro na Buraqueira", sua composição "Forró da Gente".

Ainda no início dos anos 1990, o grupo feminino Banana Split e É O Tchan chegaram regravar algumas de suas obras. Entre tantos que a interpretaram, ela ultrapassou as fronteiras tupiniquins através de Roberto Leal que a vestiu no ritmo Vira e a levou para as terras lusitanas.

Em 1994 teve a composição "Esse Brasil é Meu", parceria com Antônio Barros, gravada por Dominguinhos. Em 1998, a cantora Elba Ramalho gravou o forró "Chameguinho". No mesmo ano, Marinês e Elymar Santos gravaram ao vivo a composição "Bate Coração".

Em 1999, Flávio José gravou "Bebê Chorão" e a Banda Mastruz com Leite gravou seu "Forró nº 1", pela BMG. No mesmo ano, teve a música "Menino de Colo" gravada pelo cantor brega Falcão no CD "500 anos de Chifre - O Brega do Brega".

Em 2000, lançou pelo selo CPC-Umes/Eldorado, o CD "Forró nº 1", junto com o marido e compositor Antônio Barros. Um de seus grandes sucesso foi o baião "Paraí-ba", gravado por Messias Holanda e regravado em 2000 por Zé Ramalho no CD duplo, "Nação Nordestina".

Em 2004, teve a composição "O Neném", gravada pelo grupo Trio Nordestino, no CD "O Baú do Trio Nordestino - II", que contou com a participação especial de Alcione.

Em 2009, teve a sua música "Chameguinho" gravadas por Liv Moraes, filha de Dominguinhos, no CD "É você", lançado pela Atração Fonográfica.

Músicas como: Casamento da Maria; Amor Com Café; Forró do Poeirão; Forró do Xenhenhém; Óia Eu Aqui De Novo; são algumas das composições que fazem parte da história da música brasileira, em especial a música nordestina, e que fazem parte do acervo das músicas autorais da dupla, Antônio Barros e Cecéu, as quais já foram gravadas por expressivos nomes da MPB, como Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Dominguinhos, Gilberto Gil, Alcione, Ivete Sangalo, Fagner, Gal Costa, MPB-4 e os saudosos Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês.

Esses artistas consagrados que fazem parte da realidade e da história da música conseguiram romper a regionalidade sem perder o sotaque. Na capital paulista, onde a dupla reside desde 1995, o casal apresenta seus shows com classe e charme através de seus inúmeros sucessos. A música criada por Antônio Barros e Cecéu, está firme e forte no imaginário popular, exemplo disso é encontrar regravações e releituras de suas músicas feitas por uma nova geração de artistas, não somente de artistas regionais, mas muitas vezes de artistas pops e DJs de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais que constantemente estão cultivando a sua obra.

Aproveitando a citação dos anos 1980 e fazendo um trocadilho; atualmente aos 80 anos de vida completados no último dia 11 de Março de 2010, Antônio Barros continua compondo e fazendo seus shows, agora não sozinho, mas ao lado de sua mulher e parceira Cecéu há 38 anos, e por toda essa trajetória antes e depois dessa parceria, eles são reconhecidos como a dupla de compositores e cantores com mais de 700 sucessos da história da música brasileira gravados pela maioria dos intérpretes.




































TÍTULOS DE GRANDES SUCESSOS DE ANTONIO BARROS E CECÉU


01. NENEM
02. MULHER COMPROMETIDA
03. BURRA NAMORADEIRA
04. PROCURANDO TU
05. JÁ FAZ TEMPO QUE NÃO LHE VEJO
06. CASAMENTO DE COMPADRE
07. BATE CORAÇÃO
08. FORRÓ DO VELHO INÁCIO
09. MUITA MARIA E POUCO ZÉ
10. O MAIOR FORRÓ DO MUNDO
11. NÃO DIGA PRA NINGUÉM
12. É PROÍBIDO COCHILAR
13. MELÔ DO PINTO
14. FORRÓ DO POEIRÃO
15. FORRÓ NA BRASA
16. NÃO LHE SOLTO MAIS
17. NINGUÉM DESATA ESSE NÓ
18. FORRÓ NO CLARO
19. NO SOMZIM DO FOLE
20. A SAUDADE ME DEVORA
21. AÇUCAR NO CAFÉ
22. AMANDO GOSTOSO
23. TRÊS MULHERES PARA UM HOMEM SÓ
24. PELO CHEIRO DO TEMPERO
25. FORRÓ EM SÃO MIGUEL
26. REBENTA O MOCOTÓ
27. SOU O ESTOMPIM
28. ME DÁ O LENÇO
29. RAINHA DO XAXADO
30. EM LOUVOR A SÃO FRANCISCO
31. PRA LÁ PRA CÁ
32. NA PALMA DA MÃO
33. VAMOS LÁ PRA VER
34. O SABOR DA PAIXÃO
35. HOMEM COM H
36. BRINCAR DE ESCONDER
37. AMOR BANDIDO
38. DOR DE CABEÇA
39. BAIÃO PRA DOIS
40. BULIR COM TU
41. PRA QUE FOGUEIRA
42. CANTO DE OUTRORA
43. POR DEBAIXO DOS PANOS
44. PODE IR
45. CHEGOU A HORA
46. COMO EU SOU
47. QUEM PRECISA PEDE
48. QUERO TE AMAR
49. ONDE ANDA RITA
50. TÔ FICANDO VELHO
51. TIPO DE AMOR
52. SÓ DANÇO QUENTE
53. SEPARAÇÃO
54. SEGURA O MACHUCADO
55. RECORDANDO PAU DE ARARA
56. BRINCADEIRA NA FOGUEIRA
57. RAIO E TROVÃO
58. DE GENTE SÓ A BOCA
59. O QUE SERÁ DE NÓS
60. MORENA, MORENINHA
61. MODIFICAÇÃO
62. MINHA RAZÃO
63. MINHA QUERIDA
64. FIM DO MUNDO
65. FOGUINHO ILUMINADOR
66. FORRÓ DOS HOMENS
67. LEI DO DIVÓRCIO
68. FURRUBIANDO
69. FAZER AMOR É COMIGO
70. FACHIANDO
71. DEBAIXO DO LENÇOL
72. O DOCE DA MINHA PAIXÃO
73. É MADRUGADA
74. CAIPORA DO MATO
75. ESPERE POR MIM
76. MINHA MADRINHA
77. EU, VOCÊ E ELA
78. LÁ NA LAGOA DOS PATOS
79. NA BOCA DO LOBO
80. GENTE SOFRIDA.

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