sábado, 25 de julho de 2015

85 ANOS DO ASSASSINATO DO PRESIDENTE JOÃO PESSOA



Neste 26 de Julho de 2015, completa-se 85 anos da morte do Presidente da Parahyba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. No texto abaixo, relatos da biografia de João Pessoa, seu assassinato no Recife, o apelido João Cancela e o famoso telegrama do Nego.




● Nasceu em Umbuzeiro, interior do estado da Paraíba, no dia 24 de Janeiro de 1878. O presidente da Paraíba era sobrinho do então ex-presidente da República Epitácio Pessoa e sobrinho-neto do Barão de Lucena, que era presidente da província de Pernambuco durante o Império e Ministro da Fazenda do governo de Deodoro da Fonseca.
● Em 1895, João Pessoa ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, mas não concluiu seu curso.
● Em 1899, matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, por onde se formou como Bacharel em Direito no ano de 1904.
● Em 1909, transferiu-se para o Rio de Janeiro, trabalhando como advogado no Ministério da Fazenda e na Marinha.
● Em Julho de 1919, três meses após a posse de Epitácio Pessoa na Presidência, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM).
● Na década de 1920, atuou como juiz nos processos movidos contra os envolvidos nos levantes tenentistas então deflagrados, destacando-se sempre pelo rigor contra os acusados.
● Foi Ministro Civil do Superior Tribunal Militar, do qual aposentou para se candidatar a Presidente do estado da Paraíba.
● Em 1928, elegeu-se presidente do Estado da Paraíba. Nesse cargo, promoveu uma reforma na estrutura político-administrativa do estado e, para enfrentar as dificuldades financeiras, instituiu à tributação sobre o comércio realizado entre o interior paraibano e o porto de Recife, até então livre de imposto.
● Nessa época a Paraíba era o maior exportador de algodão do Brasil, mas quem recebia os impostos era o governo de Pernambuco, por isso que João Pessoa colocou porteiras em todas as estradas da Paraíba que davam acesso ao porto do Recife para que o produto do algodão só saísse do estado mediante o pagamento dos seus impostos devidos, o que lhe valeu o apelido de João Cancela por parte dos fazendeiros/coronéis do interior do estado. Essa medida contribuiu para o saneamento financeiro do estado, mas gerou grande descontentamento entre os fazendeiros do interior, como o coronel José Pereira Lima, chefe político do município de Princesa e com forte influência sobre a política estadual.
● Negou o seu apoio ao candidato oficial à presidência da República Júlio Prestes, em 29 de Julho de 1929, e aceitou convite para ser o candidato à vice-presidente na chapa oposicionista da Aliança Liberal, articulada pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul e encabeçada pelo gaúcho Getúlio Vargas, vista as eleições de 1 de Março de 1930.
● Realizado o pleito, a chapa oposicionista foi derrotada e o coronel José Pereira, que apoiava Júlio Prestes, iniciou uma revolta em Princesa contra o governo estadual, sendo apoiado pelo governo federal. Ao mesmo tempo, ganhava força no interior da Aliança Liberal a proposta de deposição de Washington Luís através de um movimento armado.
● João Pessoa rejeitou essa solução. Sua preocupação concentrava-se, nesse momento, no combate à Revolta de Princesa. Nesse sentido, ordenou que a polícia paraibana invadisse escritórios e residências de pessoas suspeitas de receptar armamentos destinados aos rebeldes.
● Numa dessas invasões, na residência de João Dantas, aliado de José Pereira, foram encontradas cartas íntimas trocadas entre Dantas e sua amante a professora Anaíde Beiriz. As cartas foram publicadas pela imprensa alinhada ao governo estadual, provocando grande escândalo na sociedade paraibana.
● Dias depois, em viagem a Recife, João Pessoa foi assassinado na capital pernambucana, no centro do Recife, na Rua Nova, precisamente na confeitaria Glória, no dia 26 de Julho de 1930, com dois tiros desferidos por João Duarte Dantas que era jornalista e aliado do coronel José Pereira Lima.


● O assassinato provocou forte comoção no País. 
Os líderes da Aliança Liberal trasladaram o corpo para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado em meio a grande manifestação popular.

● Nas cidades por onde passou, o cortejo fúnebre foi alvo de manifestações semelhantes. Tal clima contribuiu para que os preparativos revolucionários se acelerassem, resultando na deposição de Washington Luís, em outubro, e na ascensão de Vargas ao poder, no mês seguinte.



● Em setembro de 1930, a capital paraibana, até então denominada cidade da Paraíba, foi rebatizada com seu nome.
● Ainda hoje, o seu legado histórico desperta certa polêmica, inclusive o nome da capital da Paraíba. Os defensores de João Pessoa alegam que ele foi um combatente das oligarquias locais e se contrapunha a interesses de grupos tradicionais, embora ele mesmo proviesse de família de oligarcas.
● O seu governo foi apenas dois anos de mandato, ou seja, de 1928 a 1930. Ele promoveu uma reforma na estrutura política administrativa do estado e, para enfrentar as dificuldades financeiras instituiu a tributação sobre o comércio realizado entre o interior paraibano e o porto do Recife, até então livre de impostos. Essa medida contribuiu para o saneamento financeiro do estado, mas gerou descontentamento entre os fazendeiros do interior, a exemplo o coronel José Pereira Lima, chefe político do município de Princesa Isabel, alto sertão do estado da Paraíba e com forte influência sobre a política estadual.
● A cidade de João Pessoa é assim denominada em sua memória. Antes chamada Paraíba – mesmo nome do Estado, a capital teve o seu nome alterado, logo após o assassinato de João Pessoa, episódio considerado o estopim da Revolução de 1930, que levou a Getúlio Vargas ao cargo de presidente da República do Brasil.
● Naquele período, foram perseguidos e mortos muitos opositores ao grupo político do qual as pessoas faziam parte. O momento de exceção em que se deu a homenagem, entre outras razões, justificaria, segundo alguns pessoenses, a discussão sobre uma nova alteração na denominação da cidade.
CONTEÚDO DO FAMOSO TELEGRAMA DO 'NEGO":
"Paraíba, 29-julho-1929

Deputado Tavares Cavalcanti: Reunido o diretório do partido, sob minha presidência política, resolveu unanimemente não apoiar a candidatura do eminente Sr. Júlio Prestes à sucessão presidencial da República. Peço comunicar essa solução ao líder da Maioria, em resposta à sua consulta sobre a atitude da Paraíba.
Queira transmitir aos demais membros da bancada essa deliberação do Partido que conto, todos apoiarão, com a solidariedade sempre assegurada.
Saudações: João Pessoa, Presidente do Estado da Paraíba.








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